Esta semana, houve uma reunião de apresentação do Tour na Eurosport com alguns dos nossos colegas da Comunicação Social. Mas hoje em dia, ao contrário de há alguns anos atrás, existem cada vez menos jornalistas especializados numa modalidade. É pena ! É triste ! Hoje em dia, os jornais já não têm dinheiro para enviar jornalistas no terreno, como acontecia por exemplo no jornal a Bola com Carlos Mirando e Vitor Santos. Por isso, a qualidade dos artigos baixou de forma espectacular e não é a culpa dos nossos colegas, uma vez que têm que fazer um resumo das etapas, frente à televisão, enquanto que nos anos 80 e ainda nos anos 90, ainda havia dinheiro ( e espaço nos jornais) para falar com mais profundidade do assunto. O argumento dos jornais é sempre o mesmo: não há dinheiro, por isso, não há enviados especiais. Só que é um circulo vicioso, a qualidade diminui e as vendas também !!!! Qual é a solução ? Não sei. Talvez o melhor para o jornalismo seria acontecer o que acontece em alguns clubes de futebol, um multi-milionario que considera que o seu jornal de grande qualidade possa ser uma montra para as suas outras actividades. Se gosto tanto do l'Equipe, é porque é um jornal que ainda tem dinheiro para enviar jornalistas nas provas mundiais de atletismo, natação, ciclismo, ténis. Só que o l'Equipe tem a sorte de pertencer ao mesmo grupo do que a ASO, organizador da Volta à França, que por seu lado ganha muito dinheiro com o ciclismo e não só...
Por isso, uma rádio 100 porcento desporto em Portugal, com uma visão bem diferente do desporto, só pode abrir se se inserir dentro de uma estratégia de um grande grupo. Sozinha, esta rádio não pode existir ou então iria perder a sua mais-valia.
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Pois é... longe vão os tempos das crónicas de Carlos Miranda, enviado especial à volta à França pelo jornal "A Bola". Eram no minimo 2 paginas mais as classificações.
ResponderEliminarHoje em dia com os directos televisivos e a internet, faz com que a informação chegue mais depressa... mas com menor qualidade da de então.
Os jornais desportivos desde que passaram a "diários", optaram pelo mediatismo, sensacionalismo futebolistico em busca da melhor manchete, relegando para 2º plano as outras modalidades e artigos de fundo.
Em suma... quem fica a perder? O leitor
Paulo Viana
Veja-se por exemplo as "reportagens" feitas á Volta ao Alentejo ou Grande Prémio Costa Azul por exemplo, feitas nos DESPORTIVOS diários portugueses? "reportagens" entre aspas porque por vezes nem a classificação das etapas e não estamos a falar de enviar ninguem 3 semanas para França ou Itália... Falta de espaço, dinheiro ou falta de vontade e interesse na modalidade?
ResponderEliminarConcordo com tudo o que foi dito. Nestes últimos anos tem-se vindo a assistir a uma corrente crescente de artigos nos nossos jornais desportivos em que se nota que o jornalista ou nem está por dentro do evento que está a relatar, ou então tem pouco conhecimento sobre a modalidade, já que essa não é a sua àrea.
ResponderEliminarÉ pena, porque assim torna-se difícil desportos que não o futebol alargarem a sua audiência.
Eu discordo em certa medida do que foi dito. Existe menos dinheiro, isso é certo. Todavia ao contrário do L´equipe por exemplo, os jornais em Portugal em 40 paginas trazem 34 de futebol, 5 de todas as outras modalidades (como é possivel?) e uma com uma mulher semi-despida no fim para atrair mais os leitores. Mas isto é jornalismo ou uma revista cor-de-rosa?
ResponderEliminarSera o futebol um mundo à parte que nem é considerado uma modalidade? No jornal cita-se "Futebol" ,"Modalidades". Depois é normalíssimo que nao haja tantos adeptos no ciclismo ou no atlestismo (por exemplo) como no futebol, quem não é visto nao é lembrado. O problema é que o futebol gere um grande universo de dinheiro e as "modalidades" sao escravas disso, logo nao se desenvolvem convenientemente, pelo contrário, regridem.
P.s. Atençao que quando falo do futebol nao é com desprimor por este desporto, pelo contrario, gosto bastante de futebol, mas acho sinceramente que neste momento funciona como um eucalipto, seca tudo à sua volta.
Flavio Vale